Transportadoras dizem que portagens para comboios em Sines é incoerente com redução de emissões

As empresas de transporte ferroviário de mercadorias Medway e Takargo alertaram que a aplicação de portagens aos comboios no porto de Sines é incoerente com os objetivos de Portugal para a redução das emissões de carbono.

“É uma política contrária a todos os objetivos que queremos de promoção do transporte ferroviário, de descarbonização, portanto, aquilo que penso que são os objetivos de Portugal para a redução das emissões de carbono e a promoção do comboio”, afirmou o diretor-geral da Takargo, Álvaro Fonseca, numa audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.

Na audição, no seguimento de um requerimento do PSD sobre o tema, Álvaro Fonseca apontou que Portugal “não decide investir milhões de euros na infraestrutura ferroviária porque gosta de comboios, é porque reconhece que há benefícios associados a esse investimento”.

“Esses benefícios têm muito a ver, por um lado, com a eficiência em termos de emissões de gases com efeito estufa, portanto, a descarbonização, uma forma de acelerar a descarbonização é, inquestionavelmente, a promoção da intermodalidade e a migração modal para o comboio”, acrescentou, defendendo as vantagens em “questões associadas à sinistralidade e ao congestionamento”.

Numa outra audição na mesma comissão, sobre o mesmo tema, o presidente do Conselho de Administração da Medway, Carlos Vasconcelos, pediu uma “discriminação positiva”.

“Se o objetivo do país, na linha da política europeia, é transferir carga da rodovia para a ferrovia, a haver discriminação, a discriminação devia ser positiva a favor da ferrovia para bem de todos nós e dos nossos filhos e netos”, defendeu Carlos Vasconcelos.

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